Edição de 2010
Jardins corpo e alma

"Nasci e vivi até à juventude num jardim francês chamado Touraine."  Rabelais, Pantagruel, IX.

O corpo e o espírito rejubilam no meio de um jardim. Lugar do bem-estar, do otium, do descanso descrito pelos Antigos, o jardim é, acima de tudo, «o lugar onde nos sentimos bem». Agindo sobre todos os nossos sentidos, o jardim é, por excelência, o lugar da paz e da tranquilidade: um espaço propício à contemplação e à estimulação do imaginário.

O jardim trata também as paisagens feridas dando-lhes beleza, restaura, repara; contribui até para a purificação da natureza envenenada pelo homem (pesticidas, diversas formas de poluição…) com plantas despoluentes e desintoxicantes.

Se o jardim trata o corpo e o espírito, também suscita paixões, compromissos «corpo e alma» ao serviço dessa causa, da beleza, da felicidade e do bem-estar. «A beleza – escreveu Stendhal – é uma promessa da felicidade». O jardim sabe cumprir essa promessa e oferecer-nos o prazer de o contemplar na sua invenção e diversidade.

Ninguém pode ignorar o quanto o jardim trata de nós, o quanto influi profundamente no nosso corpo e espírito, contribuindo, assim, de diversas formas, para o «tratamento», para a cura. A hortoterapia, a fitoterapia, a hedoterapia são algumas das numerosas terapias com origem no jardim.

Terapeutas, quer do corpo quer do espírito, os Jardins 2010 são um convite à tranquilidade e à harmonia.