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O cemitério dos cães

published at 26/10/2022

Como adorava animais e desejava que estes (cães, macacos, gatos, burros) fossem sepultados perto do seu Castelo, a princesa de Broglie manda criar o cemitério de cães.

A localização escolhida é a antiga localização do cemitério da aldeia, instalado no local desde 1788. Desde a aquisição da propriedade dm 1875 que o casal de Broglie negoceia a transferência do cemitério comunal. Esta é aceite pela comunidade desde que o príncipe suporte os custos de um terreno e a construção de um novo cemitério claramente maior. Além disso, a comunidade impõe que não se faça qualquer alteração ao antigo cemitério para que as «sepulturas se apaguem por elas próprias» e que apenas baste deslocar as concessões perpétuas.

O novo cemitério é preparado de 1881 a 1883 e entra em serviço a partir desta data, ainda antes do início dos trabalhos do parque. A exumação dos corpos ocorre em 1893 e é, portanto, a partir deste ano que a princesa de Broglie manda instalar neste local o cemitério dos cães.

Este cemitério outrora fechado possuía cerca de vinte sepulturas com um vaso com flores à frente de cada uma (dezoito estão identificadas atualmente). Divididas em três filas, em diferentes zonas do bosque, estas sepulturas conservam, na sua maioria, os epitáfios gravados pela princesa de Broglie, compostos por verdadeiros poemas em memória dos seus animais preferidos.

Cada uma dos epitáfios quase indecifráveis dos nossos dias, é-nos conhecido graças à transcrição realizada por um visitante nos anos 1950. Podemos imaginar o apego da princesa aos seus animais ao ponto de consagrar todos os seus cuidados às suas sepulturas até em plena guerra de 1914-1918.

Dolly chérie (15 de agosto de 1915 – julho de 1922)
Tão boa, tão doce, tão meiga, tão amiga. Amei-te como tu me amaste, e lamentarei sempre A tua dona Marie.
 
Titite (doente em 1910)
Ela partiu, ela que me amava tanto. Dormir perto do seu fox, na cavidade dos mesmos musgos. E choro a sua graça, e vou repetindo «Adeus, amiguinha, ô amiguinha doce!»
 
Chou (1893 – 1907)
À sua memória: Os verdadeiros mortos são os mortos esquecidos. Permaneces bem vivo sem fim uma vez que não te esqueço. Mas se a sombra te embala com o canto dos choupos, respira no teu sono, as flores que te semeio. A tua dona Marguerite (filha do príncipe e da princesa Henrique-Amedeo de Broglie).
 

De uma forma mais comum, os cemitérios de animais constituem uma tradição nomeadamente nos parques ingleses paisagísticos do século XVIII. Em França, o da île de la Jatte em Asnières é o mais representativo.