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O quarto de Catarina de Médicis

published at 26/10/2022

Esse quarto, dito «de Catarina de Médicis» recebeu esse nome pela família de Broglie em razão de o Castelo ter sido adquirido pela rainha em 1550. No século XVI, essa sala pode ter servido como sala de aparato, sala de jantar, toalete ou sala de recepção.

A sala apresenta a mais antiga tapeçaria conservada nas coleções do Castelo, tecida em Tournai no fim do século XV (A História de Perseu e de Pégaso). Pode-se também observar o retrato em pé de Catarina de Médicis (cópia realizada no século XIX), tapeçaria da manufatura da Flandres do final do século XVI (A História de Davi e Abigail), e ainda uma magnífica cama do século XIX, de estilo Henrique II, muito ricamente talhada. A decoração desta sala também é constituída por um púlpito do século XVI, bem como um armário situado junto da cama cuja fachada datada do século XV evoca uma iconografia característica desse período: no registo superior, as três virtudes teologais (fé, esperança, caridade) e as quatro estações; no registo inferior, os cinco sentidos.

Esta sala apresenta setenta medalhões e oito moldes realizados no século XVIII pelo artista italiano Giovanni Battista Nini. Pintou o retrato de muitas figuras célebres do seu tempo: Luís XV, Luís XVI, Maria Antonieta, Benjamin Franklin, como também de todos os membros da família Leray ou de personagens mais modestas (médico, notário, capataz). Esta coleção é hoje reconhecida como a mais importante e a de maior prestígio do mundo.

 

A tapeçaria que retrata A História de Perseu e Pégaso

A tapeçaria que retrata Perseu e Pégaso é a mais antiga do Castelo e provêm da coleção do príncipe e da princesa de Broglie, como as duas outras apresentadas nesse quarto. Durante toda a sua vida, os Broglie constituíram uma suntuosa coleção de tapeçarias dos séculos XV ao XVIII, que participava plenamente de sua vontade de restituir as decorações originais nessa parte do Castelo. Essa coleção é reconhecida nos dias de hoje como uma das mais importantes do Vale do Loire. Tecida no final do século XV em Tournai, essa tapeçaria representa A História de Perseu e Pégaso.

Perseu está armado com uma foice e um escudo que a Deusa Atenas lhe entrega, visível no canto alto à esquerda. A fim de desviar o olhar da Górgone Medusa, que tem o poder de petrificar, Perseu corta-lhe a cabeça. Do seu pescoço, jorra o sangue que dá origem à Pégaso, cavalo alado dos Deuses na mitologia Grega. No centro acontece um concurso de canto, disputado entre as filhas de Píeros e as nove musas de Apolo. A montanha de Helicon, extasiada de alegria por essa música agradável, se incha e ameaça atingir o céu. Pégaso, sob as ordens do Rei dos Deuses, Zeus, golpeia-lhe com seus cascos para obrigá-la a retomar o seu tamanho inicial. A montanha se redime e deixa jorrar uma fonte de água que favorece a inspiração poética. Essa última dá origem ao poeta Orfeu, visível no canto baixo a direita.

 

Os medalhões de Nini
Em 1750, Jacques-Donatien Leray rico aristocrata que fez fortuna nos negócios, torna-se proprietário do Domínio de Chaumont. Com o desejo de criar empregos para a população da região, ele fundou uma manufatura que agrupava duas fábricas, uma de produtos cerâmicos, a outra de produtos de vidro.
Em 1772, ele confia a gestão geral da empresa à Jean-Baptiste Nini. Esse último nasceu em Urbino na Itália em 1717. Ainda muito jovem, ele começa a gravar paisagens com seu pai Domenico Nini, e depois estuda escultura na academia Clementina de Bolonha. Trabalhando a partir da gravura e a partir da natureza, Nini se lança na realização de retratos moldados em terracota, em forma de medalhões. Essas esculturas em miniatura ficaram muito famosas pela semelhança com o objeto, além da elegância e da minúcia obtida nas texturas. Por essas qualidades elas ficaram famosas e foram muito imitadas. Em Chaumont, o artista realizou até 1786, ano de sua morte, medalhões retratando seus parentes, a família Leray, e as altezas reais ou imperiais como a imperatriz Catherine II da Rússia.
Em 1884, os de Broglie iniciam obras de trincheiras para a realização do parque paisagístico. Foi então que um operário encontrou pedaços de medalhões quebrados, representando os reis Luis XV, Luis XVI, a rainha Maria-Antonieta assim como o clérigo Aimé-Louis des Moulins de Lisle. O príncipe de Broglie se apaixona por esses fragmentos e recorre a diversos conservadores e antiquários para ajudá-lo a constituir essa coleção. Contendo setenta medalhões e oito moldes, ela é considerada como a mais importante e prestigiada do mundo.