Hôtel Le Bois des Chambres & Restaurant Le Grand Chaume

A princesa Henrique-Amedeo de Broglie

published at 28/07/2017

Marie-Charlotte-Constance Say, herdeira das refinarias de açúcar Say, é, de 1875 a 1938, a última proprietária privada do castelo. Com 17 anos, detentora de uma das principais fortunas de França, adquire o castelo em março de 1875 e casa com o príncipe Henrique-Amedeo de Broglie em junho do mesmo ano. O casal principesco transforma consideravelmente o castelo a fim de o tornar digno das maiores receções. Mandam instalar água canalizada, eletricidade ou ainda um sistema de aquecimento pelo solo que funciona graças a um calorífero. Prazer dos olhos e requinte estão igualmente em harmonia. Assim, os apartamentos ditos «históricos» estão recheados de mobiliários dos séculos XV a XIX, a escadaria de honra orna-se de vitrais heráldicos, a sala de refeições recebe uma sumptuosa lareira neogótica, as paredes do grande salão adotam uma brocatel de seda branca. Por fim, é concedido um cuidado especial à decoração da sala do Conselho, que recupera a sua função inicial de sala de receção, e dota-se de uns sumptuosos mosaicos ditos Maiólica, provenientes de um palácio siciliano.

Dirige-se a Chaumont uma grande parte dos soberanos da Europa e do Oriente (Eduardo VII de Inglaterra, D. Carlos de Portugal, Carlos I da Roménia), os marajás de Kapurthala, de Baroda, de Patiala, e artistas tais como Francis Poulenc, Francis Plantar, Marguerite Deval, e Sarah Bernhardt.

Em 1905, o diretor das refinarias de açúcar Say faz maus investimentos. As suas especulações imprudentes fazem-lhe perder um terço do capital da fortuna da família de Broglie e só a administração rigorosa do príncipe permite manter as aparências. Após o seu falecimento, em 1917, a princesa de Broglie gere muito mal a sua fortuna. Em seguida, em 1929, o crash da bolsa provoca uma desvalorização da moeda. Em setembro de 1930, com 73 anos, casa, em segundas núpcias, com Sua Alteza Real Louis-Ferdinand de Orleães e Bourbon, Infante de Espanha, com apenas 42 anos. A princesa de Broglie fica, desta forma, com o título de princesa de Orleães e Bourbon.

Após diversos reveses financeiros, a princesa de Orleães e Bourbon divide o domínio de Chaumont, passando de 2500 hectares para 21 hectares, efetua a venda das várias propriedades que possui por todo o mundo e separa-se de milhares de obras de arte.

Em 1937, o Estado efetua uma expropriação por motivos de utilidade pública e apropria-se do domínio a 1 de agosto de 1938, bem como da suntuosa coleção de tapeçarias e diversas peças de mobiliário de “carácter histórico”. A princesa de Orleães e Bourbon termina os seus dias em dois palácios (o Ritz e o Georges V) e no seu apartamento parisiense na rue de Grenelle, onde falece a 15 de julho de 1943, com 86 anos.

Após ter-se tornado monumento nacional, o Domínio torna-se regional em 2007.

 

Uma princesa excêntrica
«Eu quero isto, eu quero isto…» terá pronunciado Marie-Charlotte-Constance Say ao ver o Castelo de Chaumont, durante um passeio pelas margens do rio Loire. É, assim, na tenra idade dos 17 anos que a futura princesa de Broglie adquire a propriedade de 1025 hectares, por um montante de 1 706 500 francos de ouro.
Recusa qualquer disciplina horária: como não podem prever a hora à qual pretende tomar as suas refeições, os seus chefes cozinheiros preveem sempre onze pratos e sobremesas por jantar.
Por fim, a extravagância mais insólita foi aceitar o presente do Marajá de Kapurthala, a elefanta designada «Miss Pundgi», encaminhada por um paquete desde Bombaim até Marselha e depois por comboio até Chaumont.