PARQUE HISTÓRICO
17. Giuseppe Penone
"Trattenere 8 anni di crescita" e "Arbre-chemin"
published at 04/01/2018
“TRATTENERE 8 ANNI DI CRESCITA (CONTINUERÀ A CRESCERE TRANNE CHE IN QUEL PUNTO), 2004-2012”
Giuseppe Penone é um dos maiores escultores dos dias de hoje. A sua obra é totalmente dedicada à Natureza, fonte de inspiração profunda e única deste formidável artista, fascinado, particularmente, pelas árvores, cujo mistério e poder conhece, destaca e recria, melhor do que ninguém. Adora os ramos, as folhas, os espinhos, examina os troncos, as talhadias, as florestas. A sua obra é um canto de amor à beleza das árvores. Observador incansável das florestas, conhece e restitui as mensagens, as forças incorporadas, as energias inscritas na floresta, invisíveis a olho nu.
Os temas que aborda questionam principalmente o homem e a natureza, bem como o tempo, a transformação dos elementos, o movimento, a marca e a beleza das formas. As suas obras são também caracterizadas pela utilização de materiais como a madeira, o mármore, a resina vegetal ou o bronze.
«A árvore é uma matéria fluida, que pode ser modelada. O principal vetor é o tempo: o homem tem uma temporalidade diferente da de uma árvore; se segurássemos uma árvore e não nos mexêssemos durante anos, em princípio, a pressão contínua exercida pela mão alteraria a árvore.» Giuseppe Penone
Já presente em 2012 no Chaumont-sur-Loire com uma espetacular escultura «Idea di Pietra» e um jardim perene intitulado «Arbre-chemin» concebido num bosque, o artista imaginou uma nova obra de bronze, que fará eco neste labirinto poético já existente no Parque Histórico.
“ARBRE-CHEMIN, 2012”
Apesar de Giuseppe Penone ter visitado o todo o Parque e de ter tido a opção de escolher outros locais, foi um bosque secreto, relativamente perto do castelo de água, que captou a sua atenção no Chaumont-sur-Loire, um bosque esquecido, escondido da glória, que já não era podado, onde já nada entrava há vários anos.
Intuição dos caminhos futuros, procura das árvores e dos percursos possíveis, impregnação e compreensão imediata do local, observação das raízes e do musgo, das heras e dos líquenes, das pedras e dos ramos... todos eles elementos percetíveis da criação em movimento e dos seus mistérios, momentos do nascimento de uma ideia, da procura por traços ou espaços de inscrição possíveis de formas ou de objetos na natureza, tais foram os instantes que nos foi permitido partilhar com ele. Como se o artista estivesse à procura de um segredo esquecido nesta vegetação rasteira, gravado nas tílias ou nos castanheiros e que fosse o único a decifrá-lo, antes de aqui deixar a sua própria marca de pedra ou bronze.
As afinidades secretas de Giuseppe Penone com este bosque, os traços que aqui deixou irão conferir a este local a sua visibilidade, memória e um futuro, uma referência ao tempo que tinha perdido.
O bosque secreto de Chaumont-sur-Loire aguarda pelas metamorfoses, que «l’arbre chemin» de Giuseppe Penone não deixará de realizar. «A obra não é um instrumento de magia, ela própria é a magia... A poesia é a revelação de algo extraordinário.»
No coração de um bosque escondido, Giuseppe Penone desenhou um percurso poético e subtil. Através de pequenos elementos, fragmentos de pedra, esculturas em bronze, «semeou ideias, pensamentos, trabalhos futuros». São surpresas, recordações deixadas no tronco de uma tília, num bosque, nas árvores da Propriedade, como se se «tratasse de um transplante» que ajudaria a transformar-se, tornando a floresta ativa, fecunda e com vida. Porque «a floresta fala-nos sobre a floresta, mas, ao falar-nos sobre a floresta, fala-nos sobre o homem».
REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS
Giuseppe PENONE
ITÁLIA
Giuseppe Penone nasceu a 3 de abril de 1947 em Garessio, em Itália e vem de uma família de camponeses e comerciantes. Foi professor na Escola Nacional de Belas Artes de Paris de 1997 a 2012. Vive e trabalha atualmente entre França e Itália.
No final dos anos 60, junta-se aos movimentos da Land Art e Arte Povera, que demonstram um pensamento contestatário e antimoderno. É, tal como outros artistas da Arte Povera, uma das figuras emblemáticas da arte italiana dos anos 60.
O seu trabalho é apresentado em 2004 durante uma grande retrospetiva no Centro Pompidou em Paris, e, depois, nos jardins do Castelo de Versalhes no verão do ano de 2013, onde alcança um grande sucesso com o seu projeto Versailles Penone. De novembro de 2014 a fevereiro de 2015, apresentou uma grande exposição monográfica no museu de Grenoble.