A. Gabriel Orozco
"Fleurs fantômes"
Foi a Gabriel Orozco que foi confiada a terceira das encomendas trienais da Região Central do Val de Loire para o Domaine de Chaumont-sur-Loire (2014-2016).
Fascinado pelos papéis de parede que decoravam as paredes dos apartamentos dos convidados do Príncipe e da Princesa de Broglie - os últimos proprietários privados do Castelo - abandonados desde 1938 e abertos para os artistas contemporâneos desde 2011, o grande artista mexicano Gabriel Orozco, no âmbito de uma encomenda especial da Região Central do Val de Loire, absorveu demoradamente o palimpsesto das tapeçarias ainda existentes nestas paredes antigas.
Toda a sua obra é marcada pela busca dos vestígios, das pegadas dos homens e do tempo.
As «Fleurs fantômes» («Flores fantasmas») que ele apresentou em Chaumont-sur-Loire reavivam a memória em suspenso, os fragmentos invisíveis de vidas extintas, a densidade da lembrança de momentos desaparecidos, que o visitante sentia deforma confusa, sem distinguir a origem da sua emoção e que as telas de Gabriel Orozco revelam.
Reflexo desta encomenda, as obras existentes no Castelo recuperam detalhes e marcas destes papéis antigos, reconstituídos pelo artista graças a um processo único e lento de projeção a jato de óleo sobre a tela. O tremor da impressão é a bitola do transtorno que assola o visitante nestes locais, face ao diálogo ligado por estas obras e às paredes imperfeitas que se oferecem ao olhar. O artista revela assim as pegadas e as cores que até agora escapam à vista, sobretudo porque revela a emoção suspensa nestes espaços.
REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS
Gabriel Orozco nasceu em 1962 em Jalapa, Veracruz, México. Fez os seus estudos na Escuela Nacional de Artes Plasticas no Mexico e no Circulo de Bellas Artes em Madrid. A sua primeira exposição pessoal aconteceu em 1983 e, desde o início dos anos 90, ele impõe-se como um dos principais artistas da sua geração na cena internacional. Expôs em vários museus prestigiados: Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris, (1995 e 1998), Museu de Arte Contemporânea, Los Angeles (2000 e 2001), Serpentine Gallery, Londres (2004), Hirshhorn Museum, Washington D.C. (2004), Palacio de Cristal, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, (2005), Museo del Palacio de Bellas Artes, México (2006), Museum Ludwig, Colónia (2006). Participou na Bienal de Veneza, (1993, 2003 e 2005), na Bienal do Whitney (1997) e no Documenta X (1997) e XI (2002).
O seu trabalho foi alvo de uma retrospetiva itinerante entre 2009 e 2011 no MOM (Nova Iorque), no Centro Pompidou (Paris), no Kunstmuseum (Basileia) e no Tate Modern (Londres). Em novembro de 2014, Gabriel Orozco recebeu, em Nova Iorque, o «American Society Cultural Achievement Award», distinção muito importante nos Estados Unidos.
Gabriel Orozco é representado em França pela Galeria Chantal Crousel e pela Galeria Marian Goodman.